20 de mar. de 2009

Como uma onda

Namaste - S05E09



Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. O verso de Lulu Santos representa com perfeição o episódio desta semana. Três anos pode não ser tempo para se esquecer de alguém totalmente, mas com certeza pode criar um abismo emocional. Muito do que foi compartilhado ficou para trás, e se antes as dificuldades em comum os uniam apesar de tantas desavenças, hoje (ou ontem, lá em 1977) outros momentos se sobrepõem aos laços, deixando saltar aos olhos as mágoas e ressentimentos.

O retorno dos six nunca pareceu tão desnecessário como agora. Isso deixando pra trás preferências pessoais sobre personagens ou casais. Ficou claro que o momento esperado por James se tornou um problema, uma ameaça. E para nós, audiência, fica longe uma explicação do porque real da extrema necessidade de reunião do grupo. Mais separados do que nunca, conseguirão reatar a convivência deixando para trás o sorriso amarelo da foto da turma de 77?
Para James foi a hora da revanche. Ficou bem clara a mágoa guardada durante três anos por terem sido deixados para trás em uma situação onde a sobrevivência foi mais ameaçada do que nunca. Apesar de ser merecida, fazer todo sentido do mundo e de ser aguardada por todos os fãs desafetos de Jack, confesso que tive pena do médico. Em todas as estórias mostradas de sua vida, me pareceu um dos únicos momentos em que Jack foi realmente questionado sobre sua postura, em que sua pose de herói deu lugar a fragilidade emocional que o persegue desde a infância.


Hurley mostrou ser o único elo ao passado dos losties, do tempo em que acampavam na praia e sua única preocupação era o monstro de fumaça (como se fosse pouca!!). Para mim, especialmente, foi a única referência à série que aprendi a amar. O persongem de Jorge Garcia, como já mencionado na série, é mesmo uma verdadeira rocha!
Tudo parecia tão diferente, tão distante...E acredito que essa tenha sido a intenção e faça sentido na narrativa. Porém, para alguém não muito afeita a mudanças, é preciso tempo para se acostumar.
E não é para menos. Como encarar um Sayid tão desarmado e vulnerável, por exemplo? Aliás, nesta quinta temporada, dá para contar nos dedos o número de frases que ele pronunciou. Tudo bem que seu encontro final com Ben adolescente foi o clímax do episódio e abriu diversas possibilidades. Será que o iraquiano, por mais frio e calculista que seja, terá coragem de tentar matar seu futuro inimigo ainda tão jovem?
Pelo que sabemos até o momento, o futuro não pode ser mudado. Porém, essa premissa, embora seja totalmente coerente com a ciência, me deixa frustrada. Gostaria que fosse quebrada, claro que não aleatoriamente e desregradamente como em De Volta para o Futuro e Efeito Borboleta..Mas gostaria.
Porque tudo parece caminhar para um desfecho trágico, não acham? Se os Six devem estar naquela época porque algo acontecerá envolvendo todos eles (ao menos é a única possibilidade em minha mente) e a inevitabilidade do destino prevê a purgação, não acho que teremos nada glorioso para o futuro dos losties no passado...
Paralelo a estranha sensação de que Lost quebrou seu próprio paradigma (não que isto seja negativo, ou positivo neste momento), no presente tivemos a ótima cena do pouso de emergência e a confimação de que Sun está mesmo longe de Jin 30 anos.
A sempre boa presença de Ben e o encontro com Christian foram os pontos altos (falo mais deste logo).
Vou confessar: não me apaixonei de cara pelo episódio. Não que tenha sido ruim. Foi diferente, estranho, desconfortável. Mas isto é mais uma reflexão pessoal da minha natureza e postura de vida. Não gosto de rompimentos, de mudanças bruscas. E este Namaste, mais do que todos, ilustrou o grande rompimento com o passado da série de clima jovial e aventureiro. As crianças cresceram.

Pitadas:

  • Está sendo interessante e instrutivo conhecer de perto a Dharma.

  • Jack conhecer Pierre Chang foi altamente emblemático para representar o encontro entre passado e presente.

  • Radzinsky é um cara muito chato, não? Compete com Pickett (o gordinho que batia no Sawyer) em matéria de ser insuportável. E olha que ele só apareceu em poucos momentos de um só episódio.

  • Ethan é filho de Horace, que morre na purgação. Aparentemente, mais um filho que mata o pai em Lost.

  • Por que Sun não voltou com o grupo para 1977? Meu marido tem uma teoria de que ela pode aparecer ainda criança na Ilha com o pai, que tinha negócios com a Hanso Foundatian. Pode ser, não... Aliás, o casal sofrido este hein???

Aterrorizadora a cena de Sun e Lapidus com Christian. Alguém viu aquela mulher atrás da Sun logo após a porta da casa se abrir sozinha?? (falo mais sobre esta cena no próximo post).

  • E o Faraday? Desconfio que ele se isolou do grupo para evitar falar com Charlotte.

  • O voo 316 pousou na pista construída com trabalho forçado de Kate e James.

  • Repito: sinto falta de Rose, Bernard e Vincent...

6 comentários:

Petterson Lima disse...

Eu gostei mais desse episódio, do quê o da semana passada. Adoro Kate e Sawyer, adoro mesmo. Apesar da Kate ser uma chatola de mão cheia, a gente vê que o Sawyer é muito apaixonado por ela.

E eu acho que eu fui a única pessoa no mundo que não viu a 'Claire' atrás da Sun, só eu mesmo.

Beijão.

Danilo Artimos disse...

emblemático e muito significativo, a séri está ficando cada vez mais interessante, pode até a audiencia dela cair nos states, mas eles não calculam a quantidade de fãs ao redor do mundo que prefere baixar a esperar passar na tv...

episódio sensacional :D

estranha a fumacinha entrando pela porta e depois aquela mulher atrás de Sun :O

Anônimo disse...

Hahaha...Logo que acabei de fazer o post, vi seu comentário...E já vim correndo ver o seu post aqui também...Adoro suas analíses...
Mas então, a citação da música do Lulu Santos foi ótima...
E bem, eu também acho que a série está mudando um pouco, só que ao contrário de você, estou gostando...
Sério, eu não vi "a Claire" atrás da porta...Por isso que é bom ver os comentários alheios...Rsrs...
Ah, e eu tb sinto falta do Vicent...E da Rose e do Bernard, ahmmm, tá um pouco...xD
Gostei bastante desse clima diferente da série...
Beijo, e até mais!

Anônimo disse...

Oi, Ka!

Agora entendi porque eu precisava ler seu post completo para entender sua falta de empolgação com o episódio. Realmente, "Lost" mudou muito desde sua primeira temporada, quando nenhum de nós podia sequer imaginar que as coisas estariam nesse ponto hoje.

Isso me faz pensar: será que J. J. Abrams e sua gangue já tinham tudo isso previsto desde o início? Cada temporada traz uma nuance diferente, uma parte ainda inexplorada desse universo extraordinário. Imagino com ficaremos quando isso tudo acabar!

Mas, eu gostei da mudança. Eu tinha medo que esta quinta temporada voltasse a ser como na primeira: todos de volta à ilha, lutando a cada dia para sobreviver. É bom ver um pouco de calma e vida "normal".

Quanto às mudanças no tempo, isso sempre mexe com nossa imaginação, né? Voltando ao passado, eles alteraram seu próprio futuro. Isso é doido demais! risos

Um abraço e parabéns pela análise emocional no post!

Kaká disse...

Eu também não tinha visto a Claire atrás da porta.

Ótima análise. :) Eu também fiquei com uma pontinha de pena do Dr. Jack e até acho que ele ficou aliviado mesmo (mas só um pouquinho, já, já ele vai voltar a querer "fix things").

Eu estou com saudades do Desmond.

Leco Leite disse...

A teoria sobre a Sun pequena na Ilha é interessante. E sabemos que Widmore conhece o pai dela, pelo Season Finale passado. Será que Paik e Widmore eram "hostis" e estiveram juntos na Ilha!?

Eu sou do time que não quer mudanças de tempo, nada de futuro alternativo e essas coisas. Até pq assim a coisa fica mais complexa... hehehehe... criar futuros alternativos facilita muito a coisa toda!!

Bjo, Ka!!

Obs.: recebeu a imagem que mandei pro topo do blog!?

Mais e mais

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