2 de mar. de 2009

O Sacrifício

The Life and Death of Jeremy Bentham - S05E07


Muito atrasada, segue minha análise.

John Locke tem que ser realmente muito especial. Passar por tudo o que ele viveu - traições, desprezo, descrédito, frustrações - e acordar da morte com um sorriso no rosto não pode ser para qualquer um.

Endosso o côro dos decepcionados. Sem exagero na crítica, mas a verdade é que o encontro com os six foi bem aquém do esperado. Com Kate e Jack chegou a ser irritante. Chego a achar que a participação deles no episódio foi dispensável. Era o velho Jack arrogante e prepotente e a mesma Kate egoísta.
Mas longe de ser ruim, o episódio que mostra a curta saga de Jeremy Bentham teve como ponto alto a interpretação de Terry O`Quinn. Geralmente me rendo com Michael Emerson, mas foi a vez de Terry - embora Michael tenha sido brilhante também. É impressioante a carga emocional e a empatia que ele conseguiu conferir ao personagem. A dor, a frustração impressas em uma imagem que parece pedir por esperança. Ele acredita porque prefere crer na bondade das pessoas. Locke é alguém que gostaríamos de conhecer. Talvez o último dos puros, talvez o mais humano dos heróis.

E assim, ele foi mais uma vez enganado por Ben. Aliás, se o diabo tem um nome é Benjamin Linus. Afinal, que criatura evita o suicídio de sua vítima para praticar um assassinato? A cena fortíssima entrou para a lista das mais chocantes de Lost, sendo um dos embates de interpretação dignos até de Oscar.
Nessa altura está difícil dar crédito à mínima boa intenção de Ben em promover a volta à Ilha. Nada mais do que o interesse próprio ele está defendendo. Por mais difícil que seja também dar crédito a Widmore, fica cada vez mais longe a possibilidade de Ben ser realmente o good guy, como já insistiu tantas vezes.
A participação de Widmore, aliás, e a confirmação de sua ligação com Matthew Abaddon foram pontos fortes do episódio. Lance Reedick é realmente um ator e tanto para personagens enigmáticos. Tanto em Fringe como em Lost, ele garante bons momentos com seu timbre de voz diferenciado, sua presença forte e catalizadora. Grande dupla formou com Terry. Pena sua "provável" saída de Lost. Digo provável porque em Lost, a morte nem sempre é o fim. E espero que não seja mesmo porque seria mais um personagem negro mal aproveitado (vide Eko e Walt).

E definitivamente não ouso avaliar se Widmore é mocinho ou bandido.

Também destaco a participação de Walt. Espero muito mesmo que o personagem seja explorado ainda na série. Mesmo que na derradeira temporada.
Entre os encontros, foi o único com a sensibilidade que o momento exigia. (nem vou falar sobre o envolvimento de Sayid com o terceiro setor - achei totalmente deslocado do contexto).

Fora da Ilha, tivemos a formalização de ingresso dos novos personagens Ilana e Caesar. Potencialmente vilão, Caesar deve ser um bom persongem. Digo isso pelo histórico de papéis de seu intérprete Said Taghmaoui. Como aposta a maioria, acho mesmo que ele seja enviado de Widmore. Ilana para mim ainda é uma incógnita.

Confesso que foi fiquei saudosamente tocada pela visão de um novo grupo de sobreviventes naquela Ilha...Tive uma sensação estranha, como se estivessem substituindo o grupo que nos apegamos. Foi como assistir um refilmagem de um grande clássico. Ou como se nossos losties estivéssemos mesmo se despedindo. Uma noção de ...e a vida que segue...(bobagem minha).
E é preciso lembrar que o avião desta vez foi para na Ilha menor, aquela onde Sawyer, Jack e Kate ficaram presos.
E parece que foi mais um pouso forçado do que uma queda. O avião estava intacto.

Mas o significado foi claramente de recomeço. Um novo início, principalmente para Locke que se viu como uma fenix renascida das cinzas, com uma nova chance de escrever sua história. Que desta vez seja por linhas retas. Que ele deixe de vez a postura de martir, mas não abandone sua essência de personagem mais encantador da nossa querida Lost.

4 comentários:

Anônimo disse...

Uhhh, demoro mais chegou...Espero q vc tenha melhorado...
Mas então, eu não gostei muito desse episódio...Na verdade, só foi mais fraco do que os anteriores, que estavam fazendo desta quinta temporada, uma maravilha fortemente agradável...
Terry realmente é um excelente ator, e esse episódio foi mesmo dele...Porém, não tem como não destacar o Michael também, que arrebentou...E a cena que ele mata o Locke, foi muito surpreendente...
Estou ancioso para ver o que aconteceu com os Oceanic Six, e qual é a dos novos personagens...
Abraços!

Petterson Lima disse...

Decepção total!
Poxa, fiquei frustado com esse episódio. Quando vi a lista de episódios dessa temporada pensei ''nossa esse vai ser O episódio'' e o quê eu senti ao assistir o sétimo episódio dessa temporada foi tédio. Episódio que poderia ter sido o mais bem elaborado de todos, foi simplesmente...bom!

Uma pena.

Beijo K.

Anônimo disse...

Oi, Karen!
Vim agradecer e retribuir sua visita ao TD Séries. Não conhecia seu blog, mas você já ganhou um novo visitante regular.
Pelo meu comentário no blog, você viu que sou uma das poucas pessoas no mundo que gostou deste episódio. Concordo com você que os encontros de Locke foram um tanto decepcionantes mas gostei do episódio mesmo assim.
Terry O'Quinn conseguiu emocionar com sua interpretação, em que ele começa como a única pessoa que pode salvar a ilha, mas termina derrotado e sozinho. A cena de seu assassinato então, foi surpreendente.
Um abraço!

Anônimo disse...

Ka,

A sensação de recomeço é grande mesmo.

E o Locke aparenta estar tão forte quando caiu na ilha pela primeira vez e se viu andando.

O que dirá agora que ele saiu andando de um caixão...

Foi diferente, e até estranho, ele falando abertamente sobre sua situação de morto e sobre a Dharma e outras coisas. Claro, sem entrar no lado mais maluco e difícil.

Locke agora vai reviver tudo o que ele já foi na ilha e para a ilha.

Mais e mais

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