3 de jul. de 2009

Perfil Lost: Jonh Locke

Por Paulo Roberto Montanaro

Locke é um desafortunado. Um homem escolhido pela vida para passar por todos os tipos de provações possíveis. Nasceu prematuro, doente e órfão de pai; foi levado para adoção pela avó. Enfrentou tragédias em sua família adotiva, foi alvo de chacota no colegial por ser mais interessado em ciências do que em esportes ou coisas mais populares. Ainda assim, negou por várias vezes aceitar um caminho para o qual estava predestinado. “Não me diga o que eu não posso fazer” é a sua resposta quando a vida lhe mostra o caminho que ele inexoravelmente deveria seguir.

Já adulto e mais velho, Jonathan Locke trabalha em uma loja de departamentos e tem uma vida simples. É encontrado por uma mulher que diz ser sua mãe e que ele fora gerado imaculadamente. Descobre que ela tem um histórico de doença mental e que seu pai estava vivo. Mesmo com tantas privações, ele se permite ir atrás desse seu passado. É recebido de braços abertos por Anthony Cooper e se sente parte de uma família, pela primeira vez. É enganado, doa seu rim para o homem que some depois do transplante. Ao tentar superar o trauma, conhece Helen, mulher pela qual se apaixonaria e que quase se tornou sua esposa, não fosse o envolvimento de Locke novamente com eventos criminosos do pai. Tentou viver em uma comunidade onde acreditava ter encontrado pessoas que realmente poderiam gostar dele, mas novamente foi enganado, já que ajudou a encobertar uma plantação ilegal de maconha e quase matou um policial por isso. Quando encontra seu pai mais uma vez, tentando lhe convencer a não palicar mais um golpe em uma boa família, aquele mesmo homem que roubara seu rim e que o fizera perder a amada o derruba de uma altura de 8 andares, queda da qual Locke sobrevive milagrosamente, mas que lhe tira os movimentos das pernas.

Trabalhando em uma companhia que faz caixas, sendo novamente motivo de riso entre os colegas de trabalho e sem mais nada na vida, ele decide ir a uma expedição. Uma viagem pela Austrália selvagem, de onde deveria voltar renovado, segundo conselho de um enfermeiro que depois descobriríamos ser Matthew Abaddon. Ao que a companhia que promove o chamado “Walkabout” nega sua jornada por descobrir que ele era paralítico e que ele não poderia fazer aquilo, Locke se revolta contra a própria condição mais uma vez. “Não me diga o que eu não posso fazer” é o que ele brada ao homem, mas o grito era quase uma explosão com o próprio mundo que lhe virara as costas. Locke era um desgraçado.

Caiu na ilha no vôo 815 quando voltava da Austrália para os Estados Unidos e lá, se descobre um novo homem. Acorda com os movimentos do corpo restaurados em meio ao caos da queda. Se mostra um caçador exímio, um homem preparado para as condições extremas da ilha como nenhum outro passageiro daquele vôo, alguém que, ao contrário de todo o resto, não lutava contra aquela situação e sim a entendia como a sua verdadeira redenção. Como se aquele fosse o único lugar do mundo para ele. Como se ali ele fosse o único lugar onde era ele quem decidia o que poderia ou não fazer. Ali, ele se permitiu novamente acreditar. O homem que havia sido traído por tudo e por todos em quem acreditou continuava com uma confiança inabalável em sua crença.
Um homem de fé, se antepondo ao homem da ciência, Jack, que àquela altura se tornava o líder do grupo de sobreviventes. Tal como o filósofo de quem herdou o nome, John era a ponte, na ilha, entre a civilização que o desprezara e a natureza que o abraça na ilha.

Locke passou por todas as provações possíveis, e sempre acreditou. Acreditou nas pessoas, acreditou na ilha e, principalmente, acreditou em si. Acreditou que poderia decidir, ele mesmo, o seu caminho. Mas só esteve em paz consigo mesmo quando passou a acreditar que havia algo maior que ele que deveria ser feito. Teve fé, mesmo não sabendo em quê exatamente. E foi capaz de dar a vida pelo que acreditou. Na ilha, continuou sendo traído pela própria crença. Foi baleado, foi ferido, foi enganado, foi renegado, foi acusado... Mas a sua crença se tornou inabalável. Somente ele poderia dizer o que ele era capaz de fazer. Depois de dar a vida, o que mais pode-se esperar do homem da fé?

Palavra da Karen

É impossível não pensar em Locke e sentir uma certa melancolia. A complexa equação formada por abandono e muita ingenuidade resultou em uma das mais marcantes figuras da TV.

Ele chega à Ilha com a fragilidade emocional renovada por um milagre. E pronto para o que considera sua grande missão. Mas nada foi fácil. Locke viu suas certezas se dissiparem com o tempo. Foi enganado pela pela Ilha e se tornou o sacrifício maior, só não sabemos ainda para que. Parece estar morto. Será este o fim do personagem? Eu acho que não...



Aqui review do primeiro e um dos mais marcantes episódios centrados em Locke na vis]ao do Leco, do ótimo Teorias Lost

3 comentários:

Kaká disse...

Ótima perfil do Locke. :)

Eu nunca gostei muito dele, ele até faz muita coisa que eu acho que ele está no caminho certo, mas, para mim, ele é loser, muitas vezes por causa da ingenuidade, e outras por escolha.

Leco Leite disse...

Opa, sempre que dá indico o Defenda!! Merece muito...

Aliás, nos próximos posts vou sempre indicar os perfis que tiverem aqui. Então, se quiser já preparar meio que na ordem da 1ª temporada, coloco lá conforme publico os textos...

Pelo menos na próxima semana não terá nenhum post pq estou de férias!!

Mas quando voltar, retomo o review!

Abraço, bjo e VAI CORINTHIANS!!!

Diogo Morra disse...

Será que vai rolar um perfil do Walt? Isso se ja nao tem ne? hehehehehehe aguardo resposta! Parabens pelo blog! To baixando todas as temporadas! =D Um abraço!

Mais e mais

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