Eis que Kate Austen deixa de ser a garota para se tornar mulher. Abdicar de Aaron foi um dos gestos mais nobres de nossos amados personagens em toda a série. Com atuação soberba de Evy, tivemos um episódio que retomou a interação entre os losties como o ponto forte de Lost. Ah, teve também a confirmação de que o que está feito, está feito. O futuro é mesmo imutável. Ou alguém ainda duvida disto?
Voltando o foco para o desenvolvimento psicológico dos personagens do elenco quimicamente perfeito, a dinâmica é muito mais atrativa. Sem perder tempo com o elenco sem carisma da Dharma, descobrimos o que Sawyer pediu a Kate no helicóptero (não que tenha sido muita novidade) e onde está Aaron. Neste caso, fiquei aliviada que a resposta não envolva nada de sobrenatutal, como Claire aparecer e levar o garoto de volta para a Ilha. Seria constrangedor. Mas nossos roteiristas sabem o que fazem.
Ainda sobre Aaron, o episódio foi um presente para Evy. Mostrou como ela cresceu como atriz nesses anos, culminando na tocante a cena da despedida do garoto. Kate passou do inferno ao paraíso na conta dos fãs. Deixando para trás o histórico de ações com interesse próprio, Kate atingiu um outro nível na série, mostrando que a experiência de cuidar - que pode envolver um filho, um sobrinho, um cão ou qualquer ser que nos desperte os instintos maternais de proteção - a levou não apenas a fazer o que era certo fora da Ilha, como também na sua volta.
Aliás, o amadurecimento do elenco é notável. Aconteceu com Josh, com Jorge Garcia, com Yunjin Kim. Isso sem contar a sempre boa presença de Michael Emerson, Terry O´Quinn e Matthew Fox, entre outros. É por essas reafirmo que o elenco original é muito bom para ser desperdiçado com mudanças de foco. Este elenco é mágico. E tenho certeza de mesmo com a ótima premissa da série e o talento dos roteiristas, sem o elenco, a série não teria alcançado o patamar que conseguiu. Foi um conjunto de fatores, onde um só elemento desequilibraria o resultado final.
Esta química ficou evidente na interação entre Kate, Juliet, Jack e James. Ao optar pelo que seu coração maternalmente tocado mandava, ela se desdobrou para salvar o jovem Ben junto com Juliet, que pela boca de James, soltou a melhor frase do episódio (É apenas uma criança. E deixar uma criança morrer é errado). Exatamente a frase que eu queria ouvir após o dilema ético lançado no capítulo anterior. E que mostrou que realmente a intenção dos roteiristas era despertar a questão.
A frase também mostrou que James está definitivamente com Juliet. Com ela, ele amadureceu e tenta, mesmo que às vezes falhe, fazer o certo. Ela é sua bússola. Isto é bonito e muito forte. Juliet e James forever, por favor!!!!
O desfecho mostrou ainda que realmente o caminho é: não se pode mudar o futuro, o que está feito, está feito. Ben é o que é porque Sayid atirou. Sayid atirou porque Ben se tornou o que ele mesmo o fez ser. Confuso? Um pouco. Mas nesta altura eu já li tanto sobre estas teorias de viagem no tempo que acho que estou acostumando. Nem soa tão estranho mais. O ciclo do paradoxo. Ponto.
E a conversa maluca entre Miles e Hurley parece ter saído de algum fórum de discussão nosso, não? Foi divertidíssima. Devo ser a milionésima blogueira a falar isto.
Para melhorar, tivemos a volta de Locke. Poucos segundos que nos dão uma ansiedade danada pela próxima semana. É assim que eu gosto.
Foi ótimo:
- Ver mais uma vez o templo. O local onde Richard levou o pequeno Ben para ser salvo me parece o mesmo onde a turma de Russeau se infectou não? Acho que essa parte mitológia da estória será o grande ápice de Lost.
- De Volta para o Futuro - Hurley faz menção ao dilema da clássica trilogia que o pessoal da minha idade conhece bem: não ter sua existência apagada por mudanças no passsado. Tudo bem que isto não está se aplicando a Lost, mas foi bacana ver o bonachão imitar o gesto de Marty McFlay (Michael J. Fox)!
6 comentários:
Oi, Ka!
Seu comentário é profundo, como sempre. E isso é um elogio! É bom ver as coisas por outro lado.
Eu não consigo simpatizar com a Kate. Entendo que ela cresceu e que foi realmente muito nobre o que ela fez por Aaron e também por Ben. Mas, mesmo assim, a personagem não me empolga.
Quem também não está empolgando é Jack, cada vez mais apático e seguidor das teorias sobre a ilha e sua vontade própria.
Mas, Hurley deu um show, como sempre, embora eu preferia que fosse Faraday a esclarecer os pontos. De qualquer forma, foi o ponto alto do episódio!
E mal posso esperar para ver Terry O'Quinn e Michael Emerson contracenando novamente no próximo episódio. Como Locke tratará Ben?
Um abraço e parabéns pelo texto!
Também gosto muito do seu comentário... é bem diferente. Como você viu lá no meu blog, fiquei na dúvida se gostei ou não deste episódio. Foi melhor que o outro, mais, estou sentindo falta de correria,...sabe? Apesar que neste teve um pouco, já que Kate voltou a ser aquela Kate da primeira temporada, segunda temporada.
estou adorando a parte de viagem no tempo, e tão louco ver a Kate carregando o Ben no colo e depois ver ele já grande... perto dela, fora da ilha.
Também quero que Juliet e James terminem juntos.... Não gosto do romance dele coma Kate... Ela é do Jack....Risos.
Adorei o final.... Semana que vem promete, hein? Nos encontramos em Dead is Dead. Abraços...
Meu eu viajo aqui...
Adoro vc! Obrigada por fazer dos meus dias de lost ainda melhores!!!
Bjus
K eu não me rendi =P hahaha
Continuo achando a Evie uma atriz meia-boca, como diria a querida Lilica do Café com Cuca um ''xuxu de suflê'' hahahaha, não gosto mesmo e nem da personagem.
Vai me dizer que o real motivo dela ter voltado para a ilha é a Claire?! Ah tá bom viu Darlton, aham sei...
O episódio em si foi bacana sim, além do mais as cenas entre Hur e Miles foram incriveis, me amarrei.
Beijão.
Oi. Belo post. super detalhado. Mesmo nao concordando com a atuação da Evy, confesso que ela fez o bom trabalho. Vc conseguiu engrandecer ela. ehhe Parabens.
t+
melhor episódio da Kate sem dúvida!!ahh e um excelente posts!!:)
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