15 de fev. de 2009

Sobre a audiência

Muito tem se falado ultimamente sobre a queda de audiência de Lost nos EUA. Alarmistas destacam os números esquecendo de que a série tem seu fim garantido em 2010, na sexta temporada. Esquecem também de uma tendência crescente, principalmente entre programas como o formato e a característica de Lost, de que a programação estática e a TV que conhecemos está mudando.
A revista Superintessante cantou a bola ainda em 2007, como a matéria Lost e o fim da TV, de Thiago Cordeiro" que reproduzo alguns trechos abaixo:

"A televisão tem funcionado do mesmo jeito há décadas: canais com grades de programação definida mais pacotes de anúncios publicitários e assinantes de TV a cabo para sustentar a coisa toda. Ao espectador cabe escolher uma atração que esteja passando em tal horário e aproveitar os intervalos para buscar cerveja na geladeira. Isso vai acabar (calma, a cerveja continua).
É que está chegando a era da "TV 2.0". Nela, você é quem manda. São milhares de opções de programas, para assistir na hora em que der na telha...
...Sim, pois Lost funciona como um jogo, elaborado com uma riqueza de detalhes que não cabe só na televisão. "O espectador assiste à série como quem joga um videogame. Ele ganha mais poder, armas e informações à medida que avança", diz o professor de TV e cinema David Lavery, da Universidade Brunel, em Londres, e autor de Desvendando os Mistérios de Lost, que está sendo lançado no Brasil.
...A experiência de acompanhar Lost, afinal, não acaba quando um episódio termina. É nessa hora que o tal universo paralelo na rede começa a ferver. "A internet mudou o jeito como vemos TV. Instantaneamente, milhares de pessoas reagem ao episódio que acabou de ir ao ar. Seria idiota não prestar atenção a isso", declarou o diretor J.J. Abrams, um dos criadores da série. Muitos desses fãs, aliás, "reagem ao episódio" MESES ANTES de ele passar na televisão. O que não falta é gente que se acostumou a ver Lost, e outras séries, sem que haja uma emissora transmitindo a coisa. É baixar num site qualquer de troca de arquivos e pronto. E isso é mais um sinal de que o futuro está aqui. De que a televisão que a gente conhece, aquela em que domingo é dia de Fantástico e que a novela das 8 começa religiosamente às 9, está dando seus últimos suspiros...
...Essa "quebra de barreiras", no entanto, também causa polêmica. Hoje, novidades do entretenimento americano, como as séries Heroes e Jericho, fazem sucesso no Brasil antes mesmo de saírem na TV a cabo. ...A facilidade para baixar arquivos na rede, mais a farta distribuição de legendas criadas por fãs....

..."O formato atual, com emissoras mantendo seus próprios canais, onde a programação é organizada de acordo com os interesses de poucas pessoas, está em decadência aberta", aposta Andrew Kantor, jornalista americano especializado no mercado de tecnologia. "As redes vão fornecer conteúdos para uma grande biblioteca online. Os programas terão hora certa para serem postados, mas você poderá assisti-los a qualquer hora."
Artigo completo em http://super.abril.com.br/revista/236/conteudo_207887.shtml?pagina=1

Portanto, nada mais natural que um show enraizado em um formato inovador, siga primeiramente a nova tendência, de que os episódios - mesmo nos EUA - são assistidos em horários diferenciados, gravados, baixados, assistidos na net (só no site da ABC já alcançou 1.425,000 acessos - a campeã) Enfim, a programação estatística não pode ser parâmetro para medir o alcance real da série.
Claro que outros fatores também influenciam os números. Lost não é uma série que pode ser assistida eventualmente, é preciso seguir a história desde o início. E exige atenção, muita atenção para captar detalhes que fazem a diferença, perspicácia...Mas isso fica para outro post...

Michael Emerson conta o segredo dos números malditos...

Brincadeira! É só uma piadinha...no melhor estilo Benjamin Linus. Podem assistir tranquilos...

14 de fev. de 2009

O misterioso Matthew Abaddon

Lance Reddick fala um pouco sobre seu intrigante personagem em Lost.
Meu mediano inglês me permitiu entender que veremos o personagem ainda. E que as diferentes contextualizações permitirão entender um pouco mais sobre quem ele realmente é. "O pouco que sei sobre ele, não posso contar", resumiu.
Ele fala ainda sobre a participação em Fringe, onde é um dos destaques. Seu personagem, ao lado do cientista, são de longe os mais interessantes da série novata de JJ.
Gosto muito deste ator.

13 de fev. de 2009

Amor e sacrifícios


This Place is Dead - S05E05

Por amor. Por amor, Faraday em algum momento se arriscou a mudar o futuro contando a mulher que ama seu destino. Por amor, Sun deixa a filha para reencontrar o marido. Por amor, Jin abdica da possibilidade de reencontro com a esposa. Por amor - à Ilha - Locke deixa o local onde acredita ser seu destino - o único onde realmente se sente em casa e pelo qual tanto fez para não deixar - sabendo que não mais voltará, que o que o espera é a morte.
Se Lost é mitologia, é mistério e ficção, é também uma grande história de amor.
Em mais um paradoxo, o episódio cinco desta temporada conseguiu falar de amor da forma mais angustiante possível, atrelando-o a altos graus de sacrifícios. Os constantes e sucessivos loopings temporais ocorrendo em progressão geométrica nos deram a perfeita percepção do quanto aterrorizador pode ser estar na Ilha que já aprendemos a amar.

E a morte apareceu novamente. Como sempre em Lost, de forma trágica. Se já era esperada após quatro episódios em que Charlote apresentava os efeitos colaterais da viagem no tempo, a morte da ruiva foi mais uma despedida carregada impacto emocional.
Mesmo com revelações contundentes sobre seu passado na Ilha, senti muito a saída da personagem do elenco regular da série. Como antropóloga, ela poderia exercer exatamente a função que Faraday tem nas explicações científicas, para os exclarecimentos sobre a mitologia, uma área que muito me interessa no todo do seriado.
Também senti falta de mais sobre Russeau. Queria muito acompanhar o nascimento de Alex e a saga de sobrevivência da francesa nos 16 anos de Ilha. Claro que há muito o que explorar na série e nenhum minuto do episódio foi disperdiçado. O que me faz ter a certeza de que Lost tem possibilidade de originar muitas histórias para séries derivadas ou filmes.
Além da morte tivemos o retorno do monstro de fumaça. Pondo abaixo uma teoria minha - e de muita gente - de que fosse uma experiência da Dharma, o gigante bloco de fumaça agora foi apresentado formalmente como um sistema de segurança do templo. Aliás, seria do templo em ruínas ou do templo onde os Outros foram se esconder? Ou seriam o mesmo local?
Adendo - Tantas perguntas não me afligem. Vejo muita gente aborrecida com isso. Sem paciência ou com raciocínio simplista e com má vontade. Meu conselho? Assistam séries que encerrem suas histórias no mesmo episódio ou simplesmente mudem de estilo de série. Não vale a pena acompanhar um programa de entretenimento para se aborrecer tanto...
E vou mais além: assistir um show apenas para detectar qualquer mínima circunstância de fazer gracinha nas resenhas, mesmo que seja atividade profissional, é muito patético. Seria melhor aproveitar a suposta veia humorística - discutível sob diversos aspectos - para escrever roteiro do Pânico ou do CQC.
Mas voltando:
Acho que aflição e tensão são as melhores palavras para descrever o episódio. Desde a aparição do monstro à cena tão esperada da morte de Robert por Russeau. Dos loopings, a agonia de Carlote à despedida de Locke da Ilha, foi tudo muito intenso e tenso.
Fora da Ilha, tudo parece perdido pelo egoísmo de Kate e pela teimosia de Sayid - que parece ter encarnado a personalidade passada de Jack. Mas Sun fez sua escolha, a escolha de uma mulher apaixonada, que fará o que for preciso para rever Jin, até abdicar da filha.
E Ben continua dando as cartas, mesmo quando tudo parece realmente ficar mais complicado, seus jogos mentais conseguem atingir os alvos. Por que alguém duvida que aquele surto foi mais uma maneira de convencer Jack e Sun a voltar para a Ilha? Eu não.
E fica tudo cada vez melhor.

Muito bom


- As aparições do monstro de fumaça estão se tornando um momento à parte. Ganham intensidade e são reservadas para momentos cruciais na trama.
- Interpretações realmente muito boas marcaram esse episódio. Destaque para Michael Emerson (como sempre) e Terry O'Quinn.
- Mais uma vez ressalto que apresentar Russeau no passado foi um tiro certeiro dos roteiristas.
- As interrogações são um ponto alto da série que mantêm a atenção e o nível de interesse.

Curiosidades/Referências
(Com ajuda da Lospedia)
  • O nome Charlotte Staples Lewis é uma referência ao escritor irlandês Clive Staples Lewis (C.S.Lewis) o criador das Crônicas de Nárnia. Na saga, Nárnia é uma terra mágica para onde as crianças retornam sempre - em diferentes tempos - Em uma das histórias descobrimos que existe em Nárnia uma caverna mágica - um portal para outros mundos- que dá acesso a uma ilha. Como Charlotte fez de tudo para retornar a sua terra mágica, as crianças estão sempre procurando meios de voltarem à Nárnia. Ah, C.S Lewis e Charlotte estudaram na mesma universidade, a de Oxford.
  • Em um de seus momentos de agonia, Charlotte parece reviver momentos de diferentes fases de sua vida. Em uma dessas, ela grita: Aumenta ai, eu amo Geronimo Jackson. A banda fictícia já foi mencionada em outros momentos da série.
  • Ainda da ruiva: ela brinca com Faraday dizendo que fala também Klingon - idioma existente na mitologia da série Star Treck.

11 de fev. de 2009

100º episódio


Muito legal o bolo comemorativo do 100º episódio da melhor série de todos os tempos. Provavelmente, o capítulo emblemático ainda sem título definido, deve ser exibido no fim de fevereiro.
Ah, eu quero um bolo desses no próximo 1º de outubro...

Efeito colateral ou alusão?


Lembram-se desta imagem do encontro, supostamente em um sonho, entre Locke e Horace?
O sangramento apresentado pelo matemático da Dharma me despertou uma - mais uma - dúvida: seria efeito de uma viagem no tempo ou meramente uma alusão à sua morte, já que Horace é encontrado morto após a purgação com hemorragia nasal.
A questão despertou uma possibilidade: seriam esses sonhos que Locke tinha constantemente lembranças de encontros com pessoas viajantes no tempo? Algo como aconteceu com Desmond ao acordar lembrando do encontro com Faraday...
O que acham?

6 de fev. de 2009

O que está feito está feito

The Litle Prince S05E04


Talvez o paradoxo de Lost, ao contrário do que disse no post abaixo, seja mais metafórico do que real: Se o que está feito está feito e nada mudará o destino atual dos losties, o passado pode servir para recapitularmos o que foi perdido na narração e mudar a visão que temos de alguns acontecimentos e personagens. Ver a chegada à Ilha de Rousseau - nova e grávida, gentil e meiga - além de confirmar a história que ela conta a Sayid mostra como os 16 anos que sobreviveu sozinha a transformaram totalmente em uma mulher amargurada, dura, perdida, selvagem. Diante dessa nova visão que temos da francesa, a circunstância trágica de sua morte, exatamente no momento de sua vida em que encontrava a filha, torna o acontecimento ainda mais trágico. Ela foi uma das vítimas mais marcadas pelos jogos mentais e obsessivos de Ben.
Só essa aparição já valeria o episódio The Litle Prince. Não bastasse, a apresentação de Rousseau e sua equipe é linkada com a volta de Jin - VIVO. (E por essas e outras eu acho maravilhoso não ler spoilers e ser deliciosamente surpreendida pelo inesperado).


Enquanto os efeitos colaterais das constantes mudanças temporais começam afetar Miles e Juliet também, fora da Ilha, em 2007, um Jack muito mais ameno, menos arrogante (e menos insuportável também) corre para compensar as inúmeras bobagens que fez no passado. Com um tom mais conciliador, ele torna-se finalmente o líder que deveria ter sido desde sua chegada à Ilha.
E Sun mostra que será definitivamente a pedra no sapato de Benjamin Linus e sua suposta mudança de atitude. Ben parece estar interessado no bem coletivo. Mas não se enganem, ele quer a volta dos Six por motivos que com certeza o beneficiarão de alguma forma. Continuo adorando a caracteística voraz do personagem, mas já não me deixo enganar por ele....Tanto que a primeira pessoa que desconfiei estar por trás do exame de maternidade de Aaron foi ele.
Claro que mistérios não faltaram nesse excelente episódio: por que os efeitos colaterais surgem em quem tem maior permanência na Ilha? Essa suposição leva a quase confirmação de que Miles é mesmo filho do Dr. Marvin mil nomes. Mas e Charlote, onde se encaixa nisso?
Outra questão intrigante: em que ponto do futuro foram parar quando encontram o acampamento praticamente destruído? Quem eram as pessoas que os perseguiam? Onde está Bernard, Rose e Vicent, claro? E como Juliet sabia da existência da Ajira Airways se, pelas informações que temos a cia foi criada recentemente. Teria a companhia ligação com Benjamin Linus?


Só resta esperar, pois agora, mais do que nunca, temos plena certeza de que tudo tem uma resposta, que está claramente planejado. Azar de quem não curte, não sabe esperar. Não sabem o que perdem.

Destaques
- A cena em que Sawyer - reparem que agora todos o chamam por James - presencia o parto de Aaron por Kate foi emocionante, muito sensível mesmo. Espero termos outros momentos revival desses...
- Claro: a equipe de Rousseau. Muito, muito bacana mesmo presenciar a chegada deles à Ilha.
- Jin Vivo!!!!! Agradeci a mim mesma ter ficado longe dos spoilers.
- As tiradas de Sawyer/James continuam dando o equilírio cômico necessário: viagem no tempo é uma droga! Obrigada, Deus...Retiro o que disse...Muito bom.

Referências/Curiosidades
(com ajuda da lostpedia)
- O Pequeno Príncipe - título do episódio, é um livro do francês Antoine de Saint-Exupéry, que aborda temas sobre percepção e natureza humana com a história de um aviador que sofreu um desastre de avião e desapareceu sobre misteriosas circunstâncias. Além disso, "Besixdouze" ("B612"), aparentemente o nome do barco perdido da expedição é uma referência ao asteroide no qual o Pequeno Principe morava na história do livro, que tem a famosa frase: Você se torna responsável por aquilo que cativa.
- O nome escrito na vã de Ben, "Canton Rainier", é um anagrama para "reincarnation". Seria referência a Locke?

Mais e mais

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