13 de fev. de 2009

Amor e sacrifícios


This Place is Dead - S05E05

Por amor. Por amor, Faraday em algum momento se arriscou a mudar o futuro contando a mulher que ama seu destino. Por amor, Sun deixa a filha para reencontrar o marido. Por amor, Jin abdica da possibilidade de reencontro com a esposa. Por amor - à Ilha - Locke deixa o local onde acredita ser seu destino - o único onde realmente se sente em casa e pelo qual tanto fez para não deixar - sabendo que não mais voltará, que o que o espera é a morte.
Se Lost é mitologia, é mistério e ficção, é também uma grande história de amor.
Em mais um paradoxo, o episódio cinco desta temporada conseguiu falar de amor da forma mais angustiante possível, atrelando-o a altos graus de sacrifícios. Os constantes e sucessivos loopings temporais ocorrendo em progressão geométrica nos deram a perfeita percepção do quanto aterrorizador pode ser estar na Ilha que já aprendemos a amar.

E a morte apareceu novamente. Como sempre em Lost, de forma trágica. Se já era esperada após quatro episódios em que Charlote apresentava os efeitos colaterais da viagem no tempo, a morte da ruiva foi mais uma despedida carregada impacto emocional.
Mesmo com revelações contundentes sobre seu passado na Ilha, senti muito a saída da personagem do elenco regular da série. Como antropóloga, ela poderia exercer exatamente a função que Faraday tem nas explicações científicas, para os exclarecimentos sobre a mitologia, uma área que muito me interessa no todo do seriado.
Também senti falta de mais sobre Russeau. Queria muito acompanhar o nascimento de Alex e a saga de sobrevivência da francesa nos 16 anos de Ilha. Claro que há muito o que explorar na série e nenhum minuto do episódio foi disperdiçado. O que me faz ter a certeza de que Lost tem possibilidade de originar muitas histórias para séries derivadas ou filmes.
Além da morte tivemos o retorno do monstro de fumaça. Pondo abaixo uma teoria minha - e de muita gente - de que fosse uma experiência da Dharma, o gigante bloco de fumaça agora foi apresentado formalmente como um sistema de segurança do templo. Aliás, seria do templo em ruínas ou do templo onde os Outros foram se esconder? Ou seriam o mesmo local?
Adendo - Tantas perguntas não me afligem. Vejo muita gente aborrecida com isso. Sem paciência ou com raciocínio simplista e com má vontade. Meu conselho? Assistam séries que encerrem suas histórias no mesmo episódio ou simplesmente mudem de estilo de série. Não vale a pena acompanhar um programa de entretenimento para se aborrecer tanto...
E vou mais além: assistir um show apenas para detectar qualquer mínima circunstância de fazer gracinha nas resenhas, mesmo que seja atividade profissional, é muito patético. Seria melhor aproveitar a suposta veia humorística - discutível sob diversos aspectos - para escrever roteiro do Pânico ou do CQC.
Mas voltando:
Acho que aflição e tensão são as melhores palavras para descrever o episódio. Desde a aparição do monstro à cena tão esperada da morte de Robert por Russeau. Dos loopings, a agonia de Carlote à despedida de Locke da Ilha, foi tudo muito intenso e tenso.
Fora da Ilha, tudo parece perdido pelo egoísmo de Kate e pela teimosia de Sayid - que parece ter encarnado a personalidade passada de Jack. Mas Sun fez sua escolha, a escolha de uma mulher apaixonada, que fará o que for preciso para rever Jin, até abdicar da filha.
E Ben continua dando as cartas, mesmo quando tudo parece realmente ficar mais complicado, seus jogos mentais conseguem atingir os alvos. Por que alguém duvida que aquele surto foi mais uma maneira de convencer Jack e Sun a voltar para a Ilha? Eu não.
E fica tudo cada vez melhor.

Muito bom


- As aparições do monstro de fumaça estão se tornando um momento à parte. Ganham intensidade e são reservadas para momentos cruciais na trama.
- Interpretações realmente muito boas marcaram esse episódio. Destaque para Michael Emerson (como sempre) e Terry O'Quinn.
- Mais uma vez ressalto que apresentar Russeau no passado foi um tiro certeiro dos roteiristas.
- As interrogações são um ponto alto da série que mantêm a atenção e o nível de interesse.

Curiosidades/Referências
(Com ajuda da Lospedia)
  • O nome Charlotte Staples Lewis é uma referência ao escritor irlandês Clive Staples Lewis (C.S.Lewis) o criador das Crônicas de Nárnia. Na saga, Nárnia é uma terra mágica para onde as crianças retornam sempre - em diferentes tempos - Em uma das histórias descobrimos que existe em Nárnia uma caverna mágica - um portal para outros mundos- que dá acesso a uma ilha. Como Charlotte fez de tudo para retornar a sua terra mágica, as crianças estão sempre procurando meios de voltarem à Nárnia. Ah, C.S Lewis e Charlotte estudaram na mesma universidade, a de Oxford.
  • Em um de seus momentos de agonia, Charlotte parece reviver momentos de diferentes fases de sua vida. Em uma dessas, ela grita: Aumenta ai, eu amo Geronimo Jackson. A banda fictícia já foi mencionada em outros momentos da série.
  • Ainda da ruiva: ela brinca com Faraday dizendo que fala também Klingon - idioma existente na mitologia da série Star Treck.

11 de fev. de 2009

100º episódio


Muito legal o bolo comemorativo do 100º episódio da melhor série de todos os tempos. Provavelmente, o capítulo emblemático ainda sem título definido, deve ser exibido no fim de fevereiro.
Ah, eu quero um bolo desses no próximo 1º de outubro...

Efeito colateral ou alusão?


Lembram-se desta imagem do encontro, supostamente em um sonho, entre Locke e Horace?
O sangramento apresentado pelo matemático da Dharma me despertou uma - mais uma - dúvida: seria efeito de uma viagem no tempo ou meramente uma alusão à sua morte, já que Horace é encontrado morto após a purgação com hemorragia nasal.
A questão despertou uma possibilidade: seriam esses sonhos que Locke tinha constantemente lembranças de encontros com pessoas viajantes no tempo? Algo como aconteceu com Desmond ao acordar lembrando do encontro com Faraday...
O que acham?

6 de fev. de 2009

O que está feito está feito

The Litle Prince S05E04


Talvez o paradoxo de Lost, ao contrário do que disse no post abaixo, seja mais metafórico do que real: Se o que está feito está feito e nada mudará o destino atual dos losties, o passado pode servir para recapitularmos o que foi perdido na narração e mudar a visão que temos de alguns acontecimentos e personagens. Ver a chegada à Ilha de Rousseau - nova e grávida, gentil e meiga - além de confirmar a história que ela conta a Sayid mostra como os 16 anos que sobreviveu sozinha a transformaram totalmente em uma mulher amargurada, dura, perdida, selvagem. Diante dessa nova visão que temos da francesa, a circunstância trágica de sua morte, exatamente no momento de sua vida em que encontrava a filha, torna o acontecimento ainda mais trágico. Ela foi uma das vítimas mais marcadas pelos jogos mentais e obsessivos de Ben.
Só essa aparição já valeria o episódio The Litle Prince. Não bastasse, a apresentação de Rousseau e sua equipe é linkada com a volta de Jin - VIVO. (E por essas e outras eu acho maravilhoso não ler spoilers e ser deliciosamente surpreendida pelo inesperado).


Enquanto os efeitos colaterais das constantes mudanças temporais começam afetar Miles e Juliet também, fora da Ilha, em 2007, um Jack muito mais ameno, menos arrogante (e menos insuportável também) corre para compensar as inúmeras bobagens que fez no passado. Com um tom mais conciliador, ele torna-se finalmente o líder que deveria ter sido desde sua chegada à Ilha.
E Sun mostra que será definitivamente a pedra no sapato de Benjamin Linus e sua suposta mudança de atitude. Ben parece estar interessado no bem coletivo. Mas não se enganem, ele quer a volta dos Six por motivos que com certeza o beneficiarão de alguma forma. Continuo adorando a caracteística voraz do personagem, mas já não me deixo enganar por ele....Tanto que a primeira pessoa que desconfiei estar por trás do exame de maternidade de Aaron foi ele.
Claro que mistérios não faltaram nesse excelente episódio: por que os efeitos colaterais surgem em quem tem maior permanência na Ilha? Essa suposição leva a quase confirmação de que Miles é mesmo filho do Dr. Marvin mil nomes. Mas e Charlote, onde se encaixa nisso?
Outra questão intrigante: em que ponto do futuro foram parar quando encontram o acampamento praticamente destruído? Quem eram as pessoas que os perseguiam? Onde está Bernard, Rose e Vicent, claro? E como Juliet sabia da existência da Ajira Airways se, pelas informações que temos a cia foi criada recentemente. Teria a companhia ligação com Benjamin Linus?


Só resta esperar, pois agora, mais do que nunca, temos plena certeza de que tudo tem uma resposta, que está claramente planejado. Azar de quem não curte, não sabe esperar. Não sabem o que perdem.

Destaques
- A cena em que Sawyer - reparem que agora todos o chamam por James - presencia o parto de Aaron por Kate foi emocionante, muito sensível mesmo. Espero termos outros momentos revival desses...
- Claro: a equipe de Rousseau. Muito, muito bacana mesmo presenciar a chegada deles à Ilha.
- Jin Vivo!!!!! Agradeci a mim mesma ter ficado longe dos spoilers.
- As tiradas de Sawyer/James continuam dando o equilírio cômico necessário: viagem no tempo é uma droga! Obrigada, Deus...Retiro o que disse...Muito bom.

Referências/Curiosidades
(com ajuda da lostpedia)
- O Pequeno Príncipe - título do episódio, é um livro do francês Antoine de Saint-Exupéry, que aborda temas sobre percepção e natureza humana com a história de um aviador que sofreu um desastre de avião e desapareceu sobre misteriosas circunstâncias. Além disso, "Besixdouze" ("B612"), aparentemente o nome do barco perdido da expedição é uma referência ao asteroide no qual o Pequeno Principe morava na história do livro, que tem a famosa frase: Você se torna responsável por aquilo que cativa.
- O nome escrito na vã de Ben, "Canton Rainier", é um anagrama para "reincarnation". Seria referência a Locke?

31 de jan. de 2009

Explodindo nossas mentes

Jughead – S05E03


Algo que sempre apreciei em Lost é a coragem dos roteiristas e diretores de não subestimar a inteligência dos fãs. A maneira com que as respostas vem sendo dadas confirma isso. Nada de explicação “Telecurso 1º Grau”. Isso, sem dúvida pode confundir e afastar alguns seguidores, mas é bacana ver um produto feito para a TV atingir esse nível em épocas de Big Brothers...
Exemplo dessa constatação foi o episódio Jughead e os caminhos que abriu para algumas questões. Ficou evidente que a bomba não detonada e com vazamento está no centro do mistério que envolvia a escotilha Cisne e a necessidade vital de digitação de um código a cada 108 minutos, provavelmente uma forma de controlar o vazamento da bomba enterrada sob a instalação.
Tivemos ainda o possível esclarecimento da origem da relação de Widmore com a Ilha. Digo possível porque o codinome Jones e a diferença de altura entre o vilão pai de Pen que conhecemos e o arrogante jovem parece um pouco contraditória – mas pode ser apenas uma impressão errada minha ou um descuido de produção...O mais provável é que seja mesmo Widmore – e que o uniforme com nome Jones seja dos soldados americanos mortos.
Enquanto Faraday cresce em importância para a trama e fica praticamente certo que Ms Hawking é sua mãe. O que despertou duas questões: seria Ellie Ms Hawking? Mais, se Widmore financiava Faraday e conhece o paradeiro dela, por que ela está ajudando Bem? Ou..está mesmo ajudando Ben?
A certeza de que o governo norte-americano sabe da existência da Ilha confirmou minhas expectativas...E pode se alinhar com uma suspeita que tenho há tempos, de que Bem tem ligação com a Cia ou algo parecido, pois o exército não se envolve mais diretamente nas buscas ou exploração do local.
Ainda na área mistérios, sempre que Richard aparece em um episódio, ele levanta mais questões nas nossas mentes. Agora sabemos que ele não envelhece mesmo. Ou que seu ritmo de envelhecimento é bem mais lento, talvez semelhante ao de Aragorn, em O Senhor dos Anéis (já fiz post sobre isso). Mas fica a dúvida, talvez o real paradoxo que não tenha explicação: qual a origem da bússola??? Se Locke a deu a Richard, que a devolveu a Locke, de onde ela surgiu? (depois falarei mais disso).
Bom, são muitos pontos a serem considerados. Lost se torna cada vez mais complexa e mais por isso mesmo mais instigante, sem fugir do rumo que agora temos mais certeza do que nunca: foi muito bem planejado - e há bastante tempo. Enquanto o ciclo vai se fechando, as respostas surgem, as coisas se encaixam e você se sente cada vez mais envolvido com a trama. Como li em um blog, esta é a hora em que você vai amar ou odiar de vez a série. Eu continuo amando. Cada vez mais.
Destaques
Um dos meus personagens favoritos, Desmond, continua sendo o centro de episódios emblemáticos para a série como foi Flash Before your Eyes e The Constant. E mais bacana ainda do que ter visto como ele e Pen estão vivendo – romanticamente viajando pelo mundo em um barco – e que tiveram um lindo filho que batizaram de Charlie para homenagear o finado roqueiro, mais legal do que esse conjunto de momentos esperados...foi perceber como o brotha se tornou muito mais seguro como pessoa..e como enfrentou Widmore. Espero que ele ainda tenha muito o que fazer na trama..
Juliet – gosto cada vez mais dela. Personagem interessantíssima interpretada por uma atriz gabaritada. Gosto muito do sarcasmo que ela e Sawyer conferem: aprender latim por 0800, salvar o nerd, reunião de outros....
Sair do foco do Six não prejudicou a trama. E esse é outro ponto forte de Lost, conseguir criar tramas e personagens que te envolvem....

Curiosidades/Referências

- O paradoxo da bússola é bastante similar ao paradoxo do relógio, do filme Em Algum Lugar do Passado, de 1980, onde Christopher Reeve interpreta o teatrólogo Richard Collier, que recebe de uma senhora um relógio de bolso antigo (ela diz a ele: "come back to me''. A senhora é a atriz Elise McKenna (Jane Seymour). Richard volta ao passado e leva o relógio. Por acidente, ele retorna ao presente, ficando o relógio com Elise, que anos depois o encontra exatamente no ponto inicial do filme, quando o devolve o objeto. Fica a questão: qual a origem do relógio? Ou se preferir: quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?

- O Latim, língua falada pelos Hostis – futuros Outros deixou completamente de ser usado no século XVII.

- A mulher que atende Desmond em Oxford é a mesma atriz que interpreta a funcionária da Oceanic que deixa Hurley embarcar: Mary Ann Taheny. Seria apenas um reaproveitamento da atriz?
Jughead, a bomba, é o nome de uma das bombas nucleares (reais) usadas em testes no Atol de Bikini, no Pacífico. Segundo a Lostpedia, ela nunca foi detonada. .

26 de jan. de 2009

Falem gênios....

Em entrevista publicada na revista Crave Online, Carton Cuse e Damon Lindelof falaram mais sobre a nova temporada.
A seguir, os principais pontos: (não têm spoiler, só informações bem genéricas)

- Nesta temporada descobriremos que todos os acontecimentos estão interligados.
- Veremos muito mais de Nestor Carbonell, que inclusive já tem acordo para participar até o encerramento da série. Não tê-lo na série seria catastrófico.
- Jin estará nessa temporada. Não dizem que está vivo, sua aparição pode ser em qualquer época da história.
- As alianças entre os personagens devem ser tratadas de forma mais intensa na metade final da quinta temporada e muito mais na sexta.
- Damon Lindelof brinca, dizendo: "Acho que ficamos masoquistas no nosso método de escrever a série. Sentamos e dizemos: Isso é arriscado? Sim, vamos fazer."
- A série tem sido sobre viagens no tempo nos últimos quatro anos. Só que agora, as coisas estão ficando mais claras na narrativa. Mas viagem no tempo esta no DNA da série há bastante tempo. - Sawyer tem muito o que fazer nessa temporada. Ele não é fã da viagem no tempo e reclamará bastante. A ausencia de foco nele na temporada passada será compensada. Carlton reforça: "É meio que a temporada do Sawyer mesmo".
- Os camisas vermelhas (demais sobreviventes) não têm presença diretamente necessária.
- Rose e Bernard ainda estão bem. E Vincent também (Ufa!!)
- Nós (público) mão temos ainda peças suficientes para efetivamente teorizar sobre onde ou como a série acabará.

Mais e mais

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